Todo homem precisa de rock em sua vida. É como oxigênio, essencial para se manter vivo. A diferença entre o oxigênio e o rock é que todos nascem necessitando de oxigênio, já com o rock é diferente. Alguns nascem com uma pré-disposição ao rock. É um "dispositivo" que fica ali até ser ativado e quando isso ocorre... Oh My God!
Como falar de rock sem mencionar o Rock in Rio, Metallica, Rolling Stones e claro, Guns 'n Roses?
O Metallica está em turnê pelo Brasil (rápido Júnior, pense em outra coisa) e infelizmente não vou no show (Droga, tempo esgotado. Hora da depressão!).
Rolling Stones eu tive o prazer de ver ao vivo na praia de Copacabana. Ok, um tanto quanto afastado do palco, mas valeu!
Já o Guns tem show marcado em Belo Horizonte, cidade na qual resido no momento, dia 10 de março. Os ingressos começaram a ser vendidos na última quarta, dia 27. Meu primo/irmão/filho, de 14 anos também nasceu com o pré-dispositivo para o rock (tks God!) e esse já foi ativado. O muleke adora Guns 'n Roses, dentre outras bandas.
Quarta-feira, 12H15min lá estava eu chegando na bilheteria da ticketmaster, que só bare as 12h, para comprar os ingressos. Fila gigantesca! 0.0
Fui caminhando pela lateral da fila, um bando de gente, aí cheguei no último da fila, ou o que parecia ser o último, pois a próxima pessoa estava longe dele uns 50 metros.
Perguntei se o cara estava na fila, ele disse que sim e me posicionei atrás dele (sem conotação sexual, por favor).
Fones no ouvindo, rolando Metallica no meu mp3 player, sinto alguém me cutucar o ombro. Olhei para trás, tirei os fones do ouvido e o cara diz:
"Você vai comprar ingressos para o Guns?"
"É, pretendo."
"Então, o final da fila é lá" Disse ele apontando quase para a esquina.
O.O
What the fuck????
Mais um pouco e a fila chegava no BH Shopping (acredite, isso é longe. Lá na saída de BH para o RJ)
Abortar missão soldado!
Na quinta (ontem) levantei cedo e as 8h30min eu estava na fila, em frente a entrada da bilheteria que só iria abrir as 12h. Eu era o quarto membro da fila que começava se formar. O primeiro, um carinha bem Guns, com cabelo meio comprido, bandana estilo Axl Rose na cabeça, camisa preta, jeans surrado e "Guns N Roses" tatuado no ante-braço, lá de Ibirité, que chegou as 06 da manhã.
O segundo, um cara de camisa preta, cabelo comprido, jeans e de Lafaiete (-_-") mas mora em Contagem.
O terceiro, um ex-militar, cabelo normal, camisa cinza e jeans, de Alfredo Vasconcelos (depois de Lafaiete, antes de Barbacena).
O quarto, um cara de camisa azul marinho, jeans claro, cinto de ilhós e tênis all star (o que vos escreve).
Chegaram mais uns três caras e passados alguns minutos já estávamos todos sentados no chão, conversando e todo mundo que passava pela avenida Nossa Senhora do Carmo, na Savassi, olhava pra gente.
Putz, primeira vez que tenho que ir cedo para uma fila para comprar ingressos para show. Dá uma emoção muito boa estar ali, largado, sentado no chão esperando a bilheteria abrir, para comprar ingresso para curtir um rock, sem contar a plaquinha escrito "Ingressos Guns N Roses «-------"
Outras pessoas foram chegando, se misturando a nós e, como diria @vgleao, a Malária foi se reunindo.
Porém, sempre tem aquele que quer aparecer, causar e se achar o tal. Não demorou muito apareceu um ser deste, de bermuda jeans, camisa azul escura e começou a puxar papo. Em menos de um minuto ele já tava se achando o centro das atenções, reclamando do local onde ia ser o show, que a acústica é um lixo, que se alguém fosse comprar pista premium ia jogar dinheiro fora, (o primeiro da fila tava querendo comprar esse ingresso) que ele foi no show do Iron e foi uma merda, que o Axl já não aguentava mais nada e passado um tempo ele era o único que falava. Todos já estavam mudos, novamente de pé, encostados na grade e ele lá, na frente, reclamando.
A cada vez que ele falava mal do Guns eu via o olho do primeiro da fila entrar em combustão e se pudesse ele ia matar esse pseudo-malária (ou deveriamos chamar de Dengue?)
A hora foi passando, a fila crescendo, o Dengue continuava reclamando, a vontade era de falar "Não vai no show então porra!" e todos que chegavam pediam alguma informação aos primeiros da fila.
O legal foi que chegou um cara e falou:
"Ow, cês tão na fila para o ingresso do Guns?"
"Sim!"
"Ah... só! Ow, quanto que tá a pista, lá na frente?"
"Óh, pista premium, lá na frente é o único ingresso que ainda tem do 1º lote, porque arquibancada e pista normal acabou tudo ontem, no primeiro dia. Tá 500 conto a inteira"
"Porra, 500 reais? Ah não, eu gosto de Guns, mas não gosto tanto assim não."
O cara virou as costas, foi embora e rolamos de rir.
A fila foi crescendo, já ultrapassava a entrada do estacionamento e uma mulher foi até nós, os primeiros da fila, pedir para virarmos a fila para o outro lado, pois assim todos teriam mais sombra e saíria d frente do estacionamento.
Nos entre olhamos, ninguém disse não e viramos a fila.
Muito legal a sensação de poder!
Começamos a mudar de direção e aquele bando de gente nos seguindo, fazendo o mesmo. Como isso já era quase meio dia, a galera foi tomando seu lugar na fila e o Dengue foi lá pra trás.
Depois de virarmos a fila, olhei para a galera e disse: "Haha, gostei desse poder. Podemos fazer todos voltarem para o outro lado se quisermos."
Logo depois vieram os seguranças e começaram a colocar as grades, formando um verdadeiro corredor de gado para o abate, porém ninguém reclamava.
A adrenalina foi subindo, eu comecei a ficar impaciente, batucava na grade e meu anel fazia barulho. Percebi que incomodava e parei. Em pé, cruzei as pernas e ficava batendo com a ponta do tênis no chão.
O primeiro da fila ainda não sabia qual ingresso comprar. Ele queria muito a pista premium, mas depois dos comentários do Dengue ele ficou meio down.
Virei pra ele e falei: "Cara, vc curte muito guns?"
"Pra caralho cara!"
"Você pode pagar premium?"
"Posso, vou comprar meia entrada!"
"Você sabe quando você vai ter outra oportunidade dessa na sua vida?"
"Não, não sei."
"Então pronto, vai de premium e depois conta pra gente como foi, porque eu vou estar na arquibancada".
Nisso chegou uma senhorinha, de cabelos brancos já, foi entrando na frente e disse que por ser idosa tinha prioridade. Achamos que ela estava no lugar errado, mas começamos a puxar papo e descobrimos que ela estava no local certo. Ela já tinha ido duas vezes no rock in rio, já tinha assistido Guns no rock in rio, disse que ia ver de novo aqui em BH e se eu tivesse uma máquina fotográfica ia tirar foto com ela.
Perguntei novamente ao primeiro se ele tinha chegado a uma decisão e o cara como uma criança, respondeu feliz: "Já!"
12:02, bilheteria aberta e o sinal do segurança para descermos as escadas. A sehorinha foi puxando a fila, todos acompanhando os passos dela. Agora eu era o o quinto elemento e seguia em fila indiana pelos corredores de acesso a bilheteria interna do Chevrolet Hall BH. Frio na barriga, brilho no olho e um sorriso estampado na cara.
12:15 - Deixo o local com meus ingressos na carteira.
Nando, brotherzinho: Somos nós no Guns N Roses!!!!!
Trüe. Acho que o melhor post que eu já li no teu blog, bixo.
ResponderExcluirSó quem ama o metal sabe o que é tudo isso que vc descreveu... Eu posso nunca ter passado por essa emoção, nunca fui pra show grande por falta de grana, falta de malária e falta de lugar mais perto... Mas concordo que quem descobre a essencia do rock uma vez, passa a precisar como se precisa de oxigênio o/
Ainda vai chegar meu dia. Ah se eu ainda não vou no Saxon, no Judas Priest ou no Rammstein!
E claro, blogarei ^^
Bom show pra vossas senhorias.
METAAAAL!
MALÁRIAAAA!
Adorei o post!!!
ResponderExcluirPor favor Júnior, meu amigo querido, não vá se empolgar ao ponto de ficar nú, só de bandana enrolada...você sabe... rsrsrs
APROVEITE!!!
ADORO!!!
Haha, pode deixar Si. Permanecerei de roupas.
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