SWU do Júnior

Todo mundo fala no fim do mundo, que o mundo vai acabar em 2012, que ia acabar em 2000, depois 2001... Enfim, acho que já vi uns dois fins do mundo e nesse último domingo eu estava achando também que era o último dia do mundo.

Na última quinta-feira eu lancei uma campanha no meu twitter para cada um dos meus seguidores me doar R$4,40 para que eu pudesse ir curtir o Festival SWU no domingo. É, não deu muito certo. Pelo visto o criança esperança tem mais popularidade do que eu.

Já que nada de SWU no domingo, fui para a casa dos meus pais para aproveitar o meu único domingo de folga do mês. Claro, não sem antes gravar um cd com alguns hits que rolaram no SWU no domingo, como Joss Stone, Regina Spektor e Kings of Leon.

Como o SWU foi um festival da sustentabilidade, de tentarmos um mundo melhor, fizemos a nossa parte lá em casa e adotamos uma cachorra.

Ela surgiu do nada lá no sítio, ficou por lá, minha irmã deu banho, arrumou uma roupa para ela dormir e eu brinquei bastante com a cachorra que hoje se chama "Tuxa". (Ela não atendia quando eu chamava ela de Zuleide, aí arrumamos algo mais fácil)

Como todo festival de música, a cerveja não pode faltar e eu bebi... bebi bastante e ouvi meu cd do SWU.

Realizei atividades rurais, como andar a cavalo, mexer com a horta e cuidar dos bovinos. Essa parte de cuidar dos bovinos é que me rendeu marcas.

Estava lá ajudando meu pai a fazer a instalação hidráulica de uma caixa d`água e a vaca não parava de berrar.

"Pai, o que essa vaca tem que não para de berrar?"

"Ah, o filho dela passou, não sei como, lá para o outro pasto e agora ela está louca querendo ele de volta, mas ele não sabe voltar. Vamos ter que ir buscar mais tarde."

Isso foi de manhã, eu ainda estava na segunda cerveja. Quando resolvemos fazer essa "operação salvamento de bezerro" já era de tarde e eu devia já estar na 20ª latinha. Lá fomos, meu pai e e eu, buscar o filho da vaca. Para quem não conhece a parte rural, nem tente buscar um bezerro que chegou ao mundo recentemente em um pasto deconhecido, porque ele não vai vir nunca. A única coisa que ele conhece e confia é a vaca da mãe dele. Sendo assim você tem que pegar a vaca, levar lá perto dele e ela se encarrega de chamar o filho. Coisa de mãe mesmo.

O problema é que a gente tinha que passar com a vaca pela estrada. Agora pensa: esse bicho fica só no pasto, vai andar na estrada, passa carro e se essa vaca louca resolver ir para outro canto? Amarrei uma corda no pescoço dela e fui! Isso sempre dá certo com o cavalo, porque não daria com a vaca.

Uma ponta da corda no pescoço da vaca e a outra ponta enrolada no meu braço. Na hora que a vaca viu o filho dela, a vaca de uma figa resolveu correr e eu, já com sei lá quantas cervejas no organismo, ouvia a voz da Joss Stone lá longe rolando no som. Tentei rapidamente desenrolar a corda do meu braço, porém a vaca foi mais rápida e eu vivi uma cena de desenho animado, daquelas que a pessoa é arrastada por um animal estrada a fora, preso ao animal por uma corda. Acreditem meus leitores, a sensação não é das melhores.

Assim que levantei vi as primeiras gotas de sangue tocarem o chão de terra batida. E o que eu fiz depois disso? Gritei para a minha irmã "Traz mais uma cerveja aí que eu to perdendo líquido!"

Ralei as mãos, cotovelo, antebraço, joelho, quadril, ombro e ontem sempre que eu ria sentia dores em praticamente todo o lado esquerdo do corpo. Logo depois do acidente rural, fui tomar banho, claro que levei o som para o banheiro e coloquei Regina Spektor para tocar. A água batia nos ferimentos e aquilo ardia. Eu passava sabonete para lavar tudo bonitinho e a vontade era de gritar de dor, mas resolvi cantar as músicas da Regina junto com ela.

Esse foi o meu Festival SWU. O pior foi explicar isso no trabalho na segunda-feira.